19 de jun. de 2014

HOMILIA Solenidade de Corpus Christi Basílica São João de Latrão Quinta-feira, 19 de junho de 2014

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“O Senhor, vosso Deus, vos nutriu com o maná, que vós não conhecíeis” (Dt 8,2)
Estas palavras de Moisés referem-se a história de Israel, que Deus tirou do Egito, da condição de escravidão, e por quarenta anos guiou no deserto em direção à  terra prometida. Uma vez estabelecido na terra, o povo eleito chega a uma certa autonomia, um certo bem-estar, e corre o risco de esquecer os tristes acontecimentos do passado, superados pela intervenção de Deus e Sua infinita bondade. Por isso,  as Escrituras os exortam a recordar, fazer memória de todo o caminho feito no deserto, no tempo de fome e desconforto. O convite de Moisés é o do retorno ao essencial, à experiência da total dependência de Deus, quando a sobrevivência foi confiada em suas mãos, para que o homem compreendesse que “ele não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor “(Dt 8, 3).
Além da fome física que homem traz dentro de si, há uma outra fome, uma fome que não pode ser satisfeita com alimentação normal. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. E o sinal do maná – como toda a experiência do Êxodo – continha em si também esta dimensão: era a figura de um alimento que satisfaz esta fome profunda que há no homem. Jesus nos dá esse alimento, mais do que isso, é Ele mesmo o pão vivo que dá vida ao mundo (cf. Jo 6,51). Seu corpo é verdadeira comida sob as espécies do pão; o Seu sangue é verdadeiramente bebida sob as espécies do vinho. Não se trata apenas de um alimento com o qual saciar os nossos corpos, como o maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substância deste pão é o Amor.
Na Eucaristia se comunica o amor de Deus por nós: um amor tão grande que nos alimenta com o Seu próprio ser; amor gratuito, sempre disponível a cada pessoa com fome e necessitada de revigorar suas forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se nutrir pelo Senhor e construir a própria existência não sobre bens materiais, mas sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, a Sua Palavra e Seu Corpo.
Se olharmos à nossa volta, percebemos que há tantas ofertas de alimentos que não são do Senhor e que, aparentemente, satisfazem mais. Alguns são nutridos pelo dinheiro, outros com sucesso e a vaidade, outros com poder e orgulho. Mas a comida que nos alimenta e que realmente nos satisfaz é apenas aquela que o Senhor nos dá! O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos outros, e talvez ele não pareça tão saboroso como os alimentos que nos oferece o mundo. Por isso, sonhamos com outras refeições, como os judeus no deserto, que lamentavam pela  carne e as cebolas que comiam no Egito, mas eles esqueceram que as refeições eram feitas na mesa da escravidão. Eles, nos momentos de tentação,  tinham memória, mas uma memória doente, uma memória seletiva.
Cada um de nós, hoje em dia, pode perguntar-se: e eu? Onde gostaria de comer? Em qual mesa eu quero me alimentar? Na  mesa do Senhor? Ou sonho em comer alimentos saborosos, mas na escravidão? Qual é a minha memória? Aquela que o Senhor me salva, ou aquela do o alho e das cebolas da escravidão? Com qual  memória  sacio a minha alma?
O Pai nos diz: “Eu te alimentei com o maná que você não conhecia”.  Recuperamos a memória e aprendamos a reconhecer o pão falso que ilude e corrompe, porque é fruto do egoísmo, da autossuficiência e do pecado.
Daqui a pouco, na procissão, nós seguiremos Jesus realmente presente na Eucaristia. A  Hóstia é o nosso maná, mediante a qual o Senhor no dá a Si mesmo. A Ele nos dirijamos com confiança: Jesus, defenda-nos das tentações do alimento mundano que nos torna escravos; purifica a nossa memória, para que não permaneça prisioneira na seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva de tua presença na história de seu povo, memória que se faz “memorial” do teu gesto de amor redentor. Amém.111
Em Cristo
Dani, Leka, Matheus e Nicollas

10 de jun. de 2014

Agenda Pólen - Junho de 2014

Em Cristo
Dani, Leka, Matheus e Nicollas

6 de jun. de 2014

MÍSTICA DO MOVIMENTO PÓLEN


PÓLEN

Movimento de espiritualidade cristã e de evangelização.
Nascido em 1971, como resposta aos anseios de um grupo de jovens de uma 4ª série ginasial.
Tem sua sede na Catedral Metropolitana, Paróquia de Nossa Senhora do Desterro – Florianópolis.

OBJETIVOS

Ajudar os Pólens e todos os que dele se aproximam;
  • a descobrirem o sentido da vida – dom de Deus;
  • a descobrirem o Cristo: sua Pessoa, seu Evangelho, sua Igreja;
  • a fazerem a experiência do amor cristão: o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, revelado aos homens em Jesus de Nazaré;
  • a assumirem o agir cristão em todos os ambientes e estruturas sociais e eclesiais, desde a família, construindo, por toda parte, a civilização do Amor;
  • a impregnarem tudo com a unidade querida por Jesus.

A QUE O PÓLEN É CHAMADO

“No meio de vóz está aquele que vós não conheceis” (Jo 1,26).
Com estas e outras palavras São João Batista estimulava os seus discípulos a procurarem o Senhor.
“Importa que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30)
Esta era a postura de São João Batista diante de Jesus que ele encontrou e, desejava fosse encontrado, conhecido, amada, seguido e servido por todos.
A procura de Jesus, o encontro e o comprometimento com Ele, a sua compaixão pelo povo sofrido e disperso, a participação comprometida na construção do seu Reino é a grande busca de todos os cristãos que procuram ser autênticos.
“Mestre onde moras?” (Jo 1,38); perguntamos nós a Jesus.
“Vinde e vede”. (Jo 1,39); responde Jesus a nós.
Encontrar-se com Jesus é ao mesmo tempo encontrar-se com a sua proposta do Reino de Deus e a sua Igreja. É também encontrar-se com a pessoa humana no povo e em nós mesmos à maneirade Cristo.
O Movimento Pólen nasceu com adolescentes que procuravam uma resposta para os seus questionamentos, um sentido para a sua vida e a paz.
Hoje, a família Pólen é constituída de adolescentes, jovens, casais e seus filhos.
Desde o inicio até hoje o Movimento Pólen existe para ajudar atodos que, tocados pela graça de Deus, buscarem com liberdade de espirito, alegria de coração e vontade sincera, enconrar o Cristo, comprometer-se com Ele e participar na Construção do seu Reino de Verdade, Santidade, Justia, Amor e Paz no mundo, utilizando para esta missão os meios dados por Cristo à sua Igreja, tais como: a Bíblia, a Sagarda Eucaristia, os Sacramentos, a Oração, as Virtudes cristãs...
Além destes meios que são os de todos os batizados, aqueles que são chamados a serem pólens, trabalham durante as 24 horas de cada dia para realizar o ideal da unidade querida por Jesus: “Pai, sejam todos um, para que o mundo creia” (Jo 17,21); buscam viver em sempre maior profundidade a mística pólen e orientam todo o seu agir, onde quer que se encontrem pela Palavra de Vida mensal.
Quem desejar, depois de alguns anos de vivência pólen, de comum acordo com o Diretor Espiritual do Movimento e, se ficar confirmada ser a vontade de Deus, fará a Promessa Pólen, por um ano, com a possibilidade de renová-la anualmete.
O objetivo primeiro do polén é o ser fiel católico, impregnado da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e de lançar-se com esta vida na direção de outras pessoas ou ambientes que não a tem ou a possuem de forma superficial. O pólen é por natureza, apóstolo; tem capacidade de compadecer-se do povo como o Senhor e de comprometer-se com a sua libertação a exemplo do Senhor que deu a sua Vida para que todos tenham a Vida e a tenham em plenitude. (Jo 10,10).
É pólen de uma flor chamada Jesus. Como o pólen da flor parte para levar a vida da sua flor de origem, sem escolher rota nem flor, o pólen parte cada manhã, dócil a voz de Divino Espirito Santo que fala dentro dele no silêncio da sua alma, no recolhimento e na oração; através da sua comunidade pólen; da sua Paróquia; da Igreja... para levar e doar a vida de Cristo: o estilo de vida que Jesus Cristo nos trouxe do céu.
O pólen da flor transmite a vida e faz surgir a semente cheia de vida; cumprida a sua missão, morre. O pólen de Cristo, transmite o Evangelho pelo testemunho de vida, pela pregação explicita da Palavra, em total unidade com a Igreja, deixando sementes que Deus com todos os meios de sua divina graça fará germinar, crescer, florescer e frutificar em tempo oportuno.
O pólen é chamado a trabalhar na construção do Reino de Deus.
O Reino de Deus já está acontecendo entre nós.
É fundamentalmente, uma pessoa, chamada Jesus de Nazaré, Filho de Deus.
Jesus Cristo ao ser concebido homem, por ação do Divino Espirito Santo, no seio da Santíssima Virgem Maria, veio habitar entre nós. “E o verbo se fez Carne e armou a sua tenda em nosso meio” (Jo 1,14).
Veio morar conosco para nos ensinar a viver na terra o estilo de vida do céu; a vuda da Santíssima Trindade. “Assim na terra como no céu”.
Esta proposta de vida na verdade, na justiça, no amor na paz, na santidade, Jesus chama de Reino dos Céus ou Reino de Deus.
Estamos cientes de que o Reino de Deus cresce nas pessoas a exemplo de um grão de mostarda (Mt 13, 31-32), devagar; e, penetra silenciosamente, os meios em que as pessoas como o sal, a luz e o fermento. (Mt 5,13-16; 13,33-35). silenciosamente, mas, em profundidade.
Estamos igualmente cientes de que “o Reino de Deus padece violência e somente os violentos o arrebaterão” (Mt 11,12). É preciso ser violento consigo mesmo, evangelicamente, pela penitência, pela oração e pela vigilância dos filhos da luz.
É preciso boa vontade, fé, espirito de luta, disposição para recomeçar sempre.
Além disso é necessário defender-se do Reino das trevas, cujos adeptos são muitas vezes mais astutos do que os filhos da luz. O Senhor recomenda com frequência nos Santos Evangelhos a vigilância diante das tentações do demônio e da fraqueza da carne. “Vigiai e orai, para que não entreis nas tentações. O espirito está pronto mas a carne é fraca” (Mt 26,41). As tentações que tem afastado muitos apóstolos do seu posto são as do TER, do PODER e do PRAZER.
O estilo de vida trazido por Cristo a nós, o Reino de Deus, é o da vida no amor.
O amor para com Deus que deve ser sem meias medidas: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua mente, com todas as tuas forças.” (Deut 6,5). Na raiz deste amor está a justiça. Sendo Deus, nosso Criador e Pai, tem o direito de ser amado como amor pleno, por nós, seus filhos; e nós temos o dever de em tudo fazer a sua divina vontade.
O amor para com o próximo, que deve ser igual ao amor de Cristo por nós. “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amo” (Jo 15,12).
O amor fraterno tem também a justiça na sua raiz. O próximo é meu irmão. Então tem o direito de ser tratado por mim como irmão e eu, o dever de fazê-lo. O próximo é Cristo. Então tem o direito de ser amado por mim como o Cristo e eu o dever de fazê-lo.
O Reino de Deus está no meio de nós na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo e na carta
magna do seu Reino que são as Bem-aventuranças. Todo o Santo Evangelho nos instrui, convida,anima a colocarmos em ação o Reino de Deus:
a) em nós mesmos, construindo com a luz do Divino Espirito Santo, um modo de pensar,
sentir e agir que seja de verdade, justiça, amor, paz e santidade; b) nos que estão ao nosso redor para que sua dignidade e seus direitos sejam valoizados e respeitados e assumam conosco os seus deveres para com Deus e para com todos.
Nos meios em que atuamos para que os critérios das decisões sejam a verdade que é Cristo,
a justiçaque reconhece a santidade de Deus e os homens como imagens e semelhanças de Deus; o amor que nos impele a reconhecer em Deus o Pai de todos os homens e em cada pessoa humana, um irmão, uma irmã; a paz que é fruto da harmonia do relacionamento do homem com Deus como Filho, com seu semelhante como irmão, como o universo inteiro, como senhor.
No Reino de Deus ninguém é excluído. A ele todos são chamados. Há nele, porém, uma
evangélica opção preferencial pelos pobres; feita por Jesus e assumida com mais empenho prático pela Igreja nos dias de hoje.
O Reino de Deus se constrói tendo a Igreja como sinal e instrumento. Não se realiza aqui e
agora em plenitude. Ultrapassa os limites da terra, do cosmo e do tempo.
Caminhamos em direção do Reino de Deus definitivo.
Cada pólen é chamado a fazer bem a sua parte por onde passar, a cada momento, enquanto
estiver na terra, para dele participar em plenitude no seio da Santíssima Trindade.
Colocando-se, cada dia na construção de uma sociedade justa e fraterna, a Civilização do
Amor, o pólen estará dando, como Movimento e como pessoa, a sua resposta à vocação de trabalhar na construção do Reino de Deus.

MÍSTICA
Chamamos de Mística do Movimento Pólen o conjunto de idéias e sentimentos chave, que aos poucos vão amadurecendo em convicções e que impulsionam os membros do Movimento Pólen a uma espiritualidade definida e à ação apostólica. É a alma do Movimento.
Não são slogans, nem chavões que, à força da repetição se envaziariam. São certezas que, lentamente, vão se tornado vivências profundas; formando uma mentalidade (um modo de pensar com um consequente modo de agir).
A Mística do Movimento Pólen é o Evangelho. Queremos viver o Evangelho, para que o nosso ser seja o ser de Cristo e o nosso agir seja, igualmente, o agir de Cristo.
Nossa Mística não foi planejada em gabinete. Nós a descobrimos, nos damos conta dela, depois de estarmos lutando já há mais de um ano por um Ideal; que também não estava bem claro para nós no inicio.
Depois de um ano, refletindo sobre o caminho percorrido, tentando ver como Deus nos conduzia, notamos que determinadas vivências evangélicas eram constantes em nosso comportamento. Tínhamos vivido algumas certezas do Evangelho e alimentado alguns sentimentos, que se tornavam, dia a dia, convicções mais profundas em nós. Tornavam-se forças propulsoras de nossa perseverança e de nosso crescimento. Estas vivências espontâneas, nos pareceram inspiradas por Deus. E as tomamos com expressão da vontade divina. Hoje, são para nós, a bússola de nosso caminho.
Nem todos os pólens compreendem logo a Mística do Movimento. A assimilação da Mística é um processo lento. A assimilação do Evangelho custa toda uma vida.
A Mística do Movimento Pólen é como que um programa de vida. São sete as dimensões de nossa Mística:
  1. Confiar na Divina Providência
  2. Agir na Vontade de Deus
  3. Ver Cristo no Outro
  4. Amar Nossa Senhora
  5. Agir em Silêncio
  6. Amar antes de falar
  7. Viver a alegria Pascal.

1) CONFIAR NA DIVINA PROVIDÊNCIA

1. A Sagrada Escritura nos diz que bem no início do Tempo “o Espírito de Deus pairava sobre as ondas” (Gen 1,2). E ao longo de todas as suas páginas, alimenta a certeza de que Deus é o Senhor da História. Os olhos do Pai Eterno não se cansam de olhar o universo e de acompanhar os passos dos homens. Ele nos ama “com amor eterno” (Jer 31,3). Somos a “pupila dos olhos” (Sl 15,8).
2. Jesus nos incentiva a confiar na Divina Providência, quando nos manda contemplar os passarinhos e as flores. “olhai as aves do céu; não semeiam, não ceifam, nem ajuntam em celeiros; pois o vosso Pai Celeste as alimenta”. (Mt 6,26). “Olhais os lírios dos campos, como crescem; não se afadigam, nem fiam. E eu vos digo que nem Salomão em toda sua glóra, se vestiu jamais como um deles”. (Mt 6,28-29).
3. A confiança na Divina Providência nos leva a experimentar, de imediato, que somos instrumentos da ação salvadora e libertadora de Deus. Somos chamados à ação com Deus desde a criação: “Dominai a terra” (Gen 1,26-30). Confiando na Divina Providência, procuramos fazer bem a nossa parte na certeza de que “o Senhor completa o que em nós começou” (Sl 137).
4. No Batismo o Senhor nos enviou a evangelizar: “Ide pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Partimos cada dia para evangelizar, na certeza de que Deus está conosco.
5. A Confiança na Divina Providência faz irromper de dentro da alma um dinamismo irresistível a qualquer barreira humana. Jamais cria passivismo, comodismo ou descomprometimento e não deixa que o medo vença. Quem confia na Divina Providência enfrenta alegre os desafios e responde com alegria e coragem aos apelos de Deus, da Igreja e de cada irmão ao longo do caminho.
6. “Toda dor e todo sofrimento encaramos como o grão de trigo que cai na terra, apodrece, e morre para gerar nova vida”. (Jo 12,24). Tudo é matéria prima para um amor maior. “Aos que amam a Deus, tudo coopera para o bem” (Ro 8,28).

2) AGIR NA VONTADE DE DEUS

Desde o início quisemos se apenas instrumentos nas mãos de Deus. A consciência de nossa fragilidade ajudava-nos a ser humildes e a receonhecer os nosso limites. Queríamos a vontade de Deus; não a nossa vontade fora da Sua vontade divina.
Hoje compreendemos que é nosso amor a Deus que nos leva a agir assim. Como Cristo que não queria fazer a sua vontadae, mas a vontade do Pai. “Não se faça a minha vontade, mas a tua, ó Pai” (lc 22,42). Como Cristo, para quem a vontade do Pai era como que o alimento das suas atividades apostólicas. “Meu alimento é fazer a vontade daquele que em enviou e completar a sua obra”. (Jo 4,34).
Na vontade de Deus experimentamos a verdadeira paz e a fecundidade pastoral do nosso testemunho de vida.
A vontade de Desus se nos manifesta através da sua palavra viva e eficaz na Sagrada Escritura, na palavra autorizada do Papa e dos Bispos em comunhão com o Papa.
Para as nossas tomadas de decisão ao longo do caminho, no que tange ao Movimento e à nossa vida particular, procuramos conhecer a vontade de Deus através da nossa unidade com os irmãos, na caridade com a presença de Jesus Ressuscitado entre nós. Então é na oração que tomamos as decisões.
Como o pólen da rosa e levado pelo vento, sem escolher nem a rota nem a flor, nós pólens queremos ter a docilidade de quem se deixa orientar pelo Espirito Santo. Nossa preocupação de todos os instantes é: “o que Deus quer de mim agora?” “Senhor que queres que eu faça”? (Atos 9,6).

3) VER CRISTO NO OUTRO

A pessoa humada foi criada para ser no mundo um retrato, um sinal de Deus que é Amor: “Deus é Amor” (1 Jo 4,16) e é Trindade (três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espirito Santo, em unidade perfeita de Amor) “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26) e criou-se homem e mulher.
O Filho pela Encarnação, fez-se homem igual a nós em tudo exceto no pecado e recebeu o nome de Jesus. Permancendo entre nós, Jesus marcou a pessoa humana como um dos muitos pontos de encontro com Ele. Por isso, para nós o outro é Cristo. (Mt 25,31-46).
Assim, encontramos Jesus Cristo nos Evangelhos, na Sagrada Eucaristia, nos sete Sacramentos e nas pessoas. “Tudo o que fizerdes a um dos meus irmãos mais pequeninos, é para mim que o fazeis” (Mt 25,40). E a Saulo, perseguidor dos cristãos Jesus falou: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” “Eu sou Jesus a quem persegues” (At 9,4).
Jesus marcou também como ponto de encontro a comunidade cristã. “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”. (Mt 18,20).
E também afirmou estar presente na hierarquia da sua Igreja. “Quem vos ouve, a mim ouve”. (Lc 10,16).
Sem diminuir nossa fé em nenhuma das demais formas de presença de Nosso Senhor Jesus Cristo, queremos encontrá-lo em cada pessoa que encontramos em nosso caminho.
A motivação mais forte que nos impele a fazer apostolado junto às pessoas, a evangelizá-los, vem da certeza de que o outro é Cristo.
Isto nos abre também um vasto horizonte para a oração. Encontrar-se com Cristo no outro é rezar.
A descoberta da face de Cristo em todas as faces humanas se faz através da meditação da palavra de Deus, da oração pessoal no silêncio da alma e na prática das boas obras como as que Cristo enumera em Mt 25,31-46.
Ver Cristo no outro é também ver o outro com os olhos e os sentimentos de Cristo. Cristo fixou os olhos em Pedro porque o queria apóstolo, fixou os olhos no jovem rico porque o queria pobre e comprometido no seu Reino, fixou os olhos nas multidões famintas, doentes, empobrecidos, desgarradas como ovelhas sem pastor, porque eram os primeiros destinatários do Evangelho. O olhar de Cristo nunca era indiferente e insensível. Era sempre envolvido de um grande amor.

4) AMAR NOSSA SENHORA

Quando estávamos partindo para o terceiro Retiro Básico, em agosto de 1972, começamos a compreender o lugar e a missão de Nossa Senhora dentro do nosso Movimento.
Já a conhecíamos.
Já a amávamos.
Começamos então a invocá-la com mais frequência, em nossas reuniões e em nossos trabalhos. Na missa do quarto Retiro Básico, em outubro de 1972, ocorreu-nos a lembrança de Is 11,1: “Sairá um rebento da raiz de Jessé e uma flor brotará de sua raiz. Foi uma grande descoberta. Ao mesmo tempo vimos a missão de Maria, de Cristo e do Pólen no Plano de Deus.
Queremos ser o Pólen do lírio que floresceu de Maria.
Maria Santíssima, no Pólen é a Mãe da Comunidade Cristã.
É Também, pelas suas virtudes, o modelo de cristão perfeito e de disponibilidade à vontade de Deus. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Sua palavra” (Lc 1,38).
Aprendemos de Nossa Senhora a levar Jesus à casa dos outros como ela o levou à sua prima Santa Isabel (Lc 1,39-56). Para nós, amar Nossa Senhora não é apenas uma questão de sentimento de amor filial; é sobretudo compromisso em tornar Maria presente através de nós. Onde passa um pólen ale deve estar passando Maria. Onde chega ou vive um pólen ali Jesus deve ser percebido como aconteceu em casa de Santa Isabel quando o menino João Batista exultou de alegria no ventre de sua mãe.
Amar Nossa Semhora é procurar ser cristão do jeito de Maria: disponivel ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo; fiel; alegre; prestativo; apressado em amar concretamente; atento aos apelos de Deus; livre para dar Jesus; de pé ao pé da cruz; em oração com a comunidade dos irmãos...
aprendemos a ser cristão do jeito de Maria principalmente na escola da meditação diária dos mistérios do Rosário.

5) AGIR EM SILÊNCIO

Jesus quer que sejamos “luz do mundo” (Mt 5,14-16). Quer também que “falemos de cima dos telhados” (Lc 12,3).
Ao memso tempo, porém que executemos esta missão com humildade e simplicidade, mais pela presença comprometida, pelas atitudes coerentes com a nossa profissão de fé católica; pelo testemunho de amor universal, traduzido em ações concretas, do que pela propaganda ruidosa. Isto Ele diz, quando compara nossa missão à ação do sal (Mt 5,13), à do fermento (Mt 13,33) e nos convida a observar o pólen das flores do campo (Mt 6,28).
O pólen em sua missão de fecundar, age em silêncio.
Vemos no agir em silêncio do pólen da flor um sinal que nos faz crer que é vontade de Deus que o Pólen dê, antes e acima de tudo o seu testemunho de vida de amor a Deus, à Igreja e a cada pessoa. Amor concreto, sem retórica, que vai desde o dar um copo d'água fria ao dar a própria vida.
A propaganda ruidosa não se afina com a nossa vocação. Para o Pólen a única propaganda válida é aquela que ele faz com o seu testemunho de vida projetado na tela do mundo e partilhado, sempre que oportuno, pela palavra. Nossa palavra será penetrante como espada de dois gumes (Heb 4,12) se for palavra de Deus traduzida em vida nos nossos atos e atitudes.
Agir em silêncio não é esconder-se ou abanondar a linha de frente da evangelização. É, pelo contrário, ocupar os postos chave da sociedade para fecundar tudo com a vida de Deus, tudo transformando em Civilização do Amor.
Agir em silêncio exige conhecimento amplo e profundo do conteúdo de nossa fé, atavés do estudo sério e atualizado do projeto de Jesus, do ensinamento social da Igreja e das ciências humanas. Exige preparo profissional, visão cristã e preparo pastoral.
Cremos que a presença do cristão atualizado, cheio de Deus tem efeito mais forte do que o da bomba atômica. Um pólen cheio da vida de Deus, ocupando o seu lugar e vivendo a sua missão no mundo e na Igreja hoje é uma extraordinária força evanlizadora.

6) AMAR ANTES DE FALAR

É a nossa tática. Nem sempre as pessoas entendem nossas palavras. Mas sempre entenderão nossas atitudes de bondade, de serviço, de caridade, de sofrimento transformando em amor, de solidariedade.
Cristo nunca mandou falar do amor. Mas, muitas vezes mandou amar. “Vai e faze tu o mesmo”. (Lc 10,37).
Por isso o Pólen antes de falar com a lingua, procura falar com a vida. Antes de dar idéias, procura dar o seu amor. Antes de estender seus braços, procura abrir seu coração.

7) VIVER A ALEGRIA PASCAL

Nos dias de preparação para o Primeiro Encontro de Opção, em abril de 1973, sentimos a característica pascal do nosso Movimento.
A certeza da presença de Cristo Ressuscitado será para o Movimento Pólen, a força de seu testemunho e a sua Boa Nova. “O Senhor ressuscitou e está entre nós”. (Lc 24,13-35).
Vamos a Emaús todos os dias, Cristo se manisfetará cada vez ao partir do Pão da Palavra e da Eucaristia e do Pão Amizade sobrenatural. Nossas comunidades serão espelhos da presença de Jesus Ressuscitado. Para o Pólen, cada dia é dia de Páscoa. A certeza da ressurreição é a fonte da nossa alegria.
A Alegria pascal nasce sempre de uma morte: o grão de trigo precisa cair na terra e morrer. (Jo 2,24). Nossa alegria vem da cruz; da morte dos nossos gostos pessoais e da nossa vontade sempre que nos pôe em risco de nos distanciarmos da vontade de Deus. Morrer para as tentações do demônio, morrer para as seduções do mundo, morrer para o pecado através da reconciliação do Sacramento da Penitênica é passo certo no caminho da alegria pascal. Estas mortes conduzem à verdadeira vida que se manifesta na alegria da Páscoa.
A chave que nos abre a porta da alegria pascal é a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo presente na nossa Cruz.
Assumindo-a com os sentimentos de Cristo, ressuscitamos de cada dor física, moral ou espirital, de cada problema individual ou social, com a alma alegre, irradiação paz, harmonia, entusiasmo, esperança, coragem para amar até o fim.
A alegria pascal é fecunda em obras. Quem vive com Cristo Ressuscitado produz os frutos do Reino. “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do Alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com Ele na Glória”. (Col 3,1-4)
O IDEAL DA UNIDADE QUERIDA POR JESUS
Impregar tudo com a unidade querida por Jesus é a vocação fundamental, específica, do Movimento Pólen. Viver a unidade e constituí-la como resposta à oração sacerdotal de Jesus na véspera de sua morte redentora. “Pai, sejam todos um, assim como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós e o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).
Viver a unidade na diversidade, em Cristo. A Unidade ensinada na parábola da ideira (Jo 15) e na doutrina do Corpo Místico de Cristo. (1 Cor 12).
A unidade querida por Jesus entre nós tem como fonte e modelo a unidade da Santíssima Trindade. Unidade construída pela presença de Jesus Ressuscitado através do amor recíproco entre nós.
O ideal da unidade é o ideal de todos os cristãos. O carisma da unidade é de toda a Igreja.
Cremos que o Movimento Pólen é chamado a este carisma,e que, cada pólen é chamado por Deus a realizá-lo instante por instante, sem pausa, de pessoa a pessoa, de ambiente em ambiente, como o fogo que conquista tudo. “Eu vim lançar fogo à terra” (Lc 12,49).
A unidade querida por Jesus custa, por vezes, o preço da cruz e a mrte das próprias idéias. Exige a disponibilidade para dar a própria vida. Concretiza-se na partilha dos bens materiais e espirituais. O diálogo é instrumento eficaz de sua construção na diversidade.
A unidade nos impele a responder aos desafios e apelos da Igreja em todos os níveis. É também um dos fatores de credibilidade do evangelho que anunciamos. Torna-se prática e autêntica através da caridade do bom samaritano (Lc 10,25-37) da maturidade de Cristo que tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 13,1); da correção fraterna (Mt 18, 15-17) e atiude de serviço no estilo do lava-pés (Jo 13,1-17), a atitude da misericórdia, e do perdão do Pai do Filho Pródigo ( Lc 15,11-32).
Estas atitudes florescem a partir de nosso relacionamento pessoal e comunitário com o Pai, o Filho e o Espirito Santo, na oração e no exercício continuo da vivência de nossa Mística e Palavra de Vida.
A vivência da unidade querida por Jesus produzirá muitos frutos na terra mas, em plenitude, nós a viveremos na Eternidade quando chegarmos ao seio da Santíssima Trindade.
Até lá vamos aproveitar cada instante de vida, cada pessoa, cada sofrimento...para concretizar esta vontade de Jesus: “Sejam todos um, para que o mundo creia” (Jo 17,21).

Palavra de Vida - Junho de 2014



 “Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34)
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        A nossa palavra de Vida, neste mês de junho é também uma oração, como foi a do Mês de maio. Esta oração vamos dirigir ao Divino Espírito Santo: “Dá-me inteligência para que (eu) observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34). Ela faz parte do Salmo 119 que é uma oração longa de 176 versículos. Ao rezá-la ou cantá-la, a sós ou em comunidade, percebemos a pedra preciosa que ela é. Jesus, certamente, também a escutou e cantou na sinagoga de Nazaré ou no Templo de Jerusalém.
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“Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34)
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        A inteligência que estamos pedindo ao Espírito Santo é mais do que a nossa inteligência humana que uns tem mais e outros tem menos e que também é um importante dom. É só observar como fica uma pessoa, quando perde a sua capacidade intelectiva, por exemplo, os que sofrem de mal de Alzheimer, os que vão padecendo de uma demência, os que precisam ser retirados do convívio social porque se tornaram perigosos...
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“Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34)
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        A inteligência que vamos pedir diariamente ao Divino Espírito Santo é sem duvida a saúde da nossa inteligência natural. Mas, também é principalmente, a inteligência que faz parte dos 7 dons do Espírito Santo:
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· A sabedoria
· A inteligência
· O conselho
· A fortaleza
· O conhecimento
· A piedade
· O temor de Deus
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        A inteligência que pedimos ao Divino Espírito Santo é maior do que o dom natural que a maior parte da humanidade tem.
        A inteligência que pedimos é dom de saber compreender a Palavra de Deus, de saber discernir a vontade de Deus quanto à minha vocação e a minha missão na Igreja e no mundo.
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“Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34)
 
        O dom da inteligência, com o qual, principalmente, o Divino Espírito Santo me ajuda a “compreender as verdades da salvação, reveladas na Sagrada Escritura e nos ensinamentos da Igreja”.
É o dom divino que nos ilumina para aceitar as verdades reveladas por Deus. Mesmo não compreendendo o mistério, entendemos que ali está a nossa salvação, porque procede de Deus, que é infalível. O Senhor disse: “Eu lhe darei um coração capaz de me conhecer e de entender que Eu sou o Senhor” (Jr 24,7) (cfr folha Convívio Emaus).
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“Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde
de todo coração” (Sl 119,34)
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        Vamos pedir insistentemente o dom da inteligência ao Divino Espírito Santo que nos encante sempre mais pelos frutos do Espírito Santo:

· A Caridade
· A alegria
· A paz
· A paciência
· A amabilidade
· A bondade
· A longanimidade
· A mansidão
· A fidelidade
· A modéstia
· A sobriedade
· A castidade
(Gal 5,22–23)
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“Dá-me inteligência para que eu observe tua Lei e a guarde de todo coração” (Sl 119,34)
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                                                                  Pe. Pedro Adolino Martendal
                                                                                            Diretor Espiritual 
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Em Cristo
Dani, Leka, Matheus e Nicollas