“Conheceis bem a bondade de nosso Senhor Jesus
Cristo, que sendo rico,
se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua
pobreza” (2 Cor 8,9)
No dia 05
de Março,Quarta Feira de Cinzas, iniciamos,com toda a Igreja, o Tempo da
Quaresma e da Semana Santa que nos levarão à Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor
Jesus Cristo no dia 20 de Abril. A Igreja sempre nos chama a viver, neste
período, mais intensamente a nossa fé e a fraternidade pela pratica do jejum,
da esmola e da oração, a partir de um assumir mais radical da Palavra de Deus.
A Liturgia da Quaresma faz um apelo constante, diário, à nossa conversão a
partir do exemplo de Cristo.
“Fez-se pobre para
nos enriquecer com a sua pobreza.” (2 Cor 8,9)
A
mensagem que o nosso Papa Francisco nos enviou para a Quaresma 2014 é um chamado
a nos fazermos pobres de nós mesmos, a exemplo de nosso Divino Mestre.
“Fez se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)“
Queridos
irmãos e irmãs! Por ocasião da Quaresma, ofereço vos algumas reflexões com a
esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão.
Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a
bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para
vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos
de Corinto encorajando os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que
passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de
São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em
sentido evangélico?”
(Mensagem
do Papa Francisco para a Quaresma de 2014)
“Fez se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
“A graça
de Cristo Tais palavras dizem nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus.
Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os
da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o
Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez Se pobre; desceu ao
nosso meio, aproximou Se de cada um de nós; despojou Se, «esvaziou Se», para Se
tornar em tudo semelhante a nós (cf.Fil 2,7;Heb 4, 15). A encarnação de
Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor
que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar- se e
sacrificar-se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em
tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros
e as distâncias. Foi o que Deus fez conosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com
mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana,
amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente
um de nós, semelhante a nós em tudo, excetono pecado» (Conc. Ecum. Vat. II,
Const.past.Gaudium et spes,22).”
(Mensagem
do Papa Francisco para a Quaresma de 2014)
“Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
“A finalidade
de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São
Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de
palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de
Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do
alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo
com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às
águas do Jordão epede a João Baptista para O batizar, não o faz porque tem
necessidade de penitência, de conversão; mas fálo para se colocar no meio do
povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o
peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar,
salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que
fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua
pobreza . E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo»(Ef3,
8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb1, 2).”
(Mensagem
do Papa Francisco para a Quaresma de 2014)
“Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
“Em que
consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É
precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-se de nós como fez o Bom
Samaritano com o homem abandonado meio morto na beira da estrada (cf.Lc 10,
25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e
verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A
pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-se carne, tomar sobre Si as
nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de
Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança
ilimitada em Deus Pai, confiando- Se a Ele em todo o momento, procurando sempre
e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente
amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua
ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é
a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar
sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com
esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito
filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogênito
(cf.Rm8, 29).
(Mensagem
do Papa Francisco para a Quaresma de 2014)
“Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
Foi dito
que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer
também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e
irmãos de Cristo.
“Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
Entremos
na Quaresma com a decisão de nos fazermos pobres a exemplo de Cristo, nosso
Senhor.
“Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua
pobreza.” (2 Cor 8,9)
Pe. Pedro
Adolino Martendal
Diretor
Espiritual
Em Cristo
Dani, Ale, Matheus e Nicollas